#10 Mary Poppins (P.L Travers)
Mary Poppins foi provavelmente meu filme preferido quando criança. Fazia meu pai alugar ele quase toda semana, ao ponto de ele me dar o DVD quando fiz 18 anos. Foi um presente bem simbólico para mim na época. Acontece que na minha cabeça Mary e Julie Andrews são a mesma pessoa, a personagem trabalhada por Walt Disney no filme de 1964 é a Mary original. A do livro veio depois para mim, então ela é estranha. A primeira vez que li o livro quando a finada Cosac lançou por aqui, fiquei muito incomodado com o autoritarismo da babá do livro frente ao carisma da do cinema. Quando resolvi tentar uma segunda vez, adorei o livro. Provavelmente porque acabei conhecendo pessoas dez vezes mais autoritárias que Mary Poppins na vida real e ela acabou se tornando uma colher cheia de açúcar.
#9 Os Filhos de Húrin (J.R.R Tolkien)
Como sempre, Tolkien é o mestre da Fantasia e não sobra absolutamente nada para mais ninguém quando se trata disso. Tudo o que vem depois é consequência da genialidade tolkeniana. Esse pessoal que escreve fantasia hoje tem que se acostumar com isso. Os Filhos de Húrin não fica para trás. É um tipo de Tragédia Grega ambientada na Terra Média, o que faz disso uma coisa sensacional. Claras referências ao Édipo Rei percorrem todo o texto denso e triste. Simplesmente fantástico.
#8 O Sol é Para Todos (Harper Lee)
To Kill a Mockingbird, é um livro que aparece em praticamente todos os filmes e séries norte-americanos que existem. Exageros a parte, é um daqueles livros que os alunos são obrigados a ler nas escolas e que se tornaram um clássico. Escrito nos anos 60, era o filho único de Harper Lee, até o lançamento da "continuação" esse ano: Vá, coloque um vigia. O livro conta a história de três crianças que estão crescendo no Sul dos Estados Unidos e que se envolvem com um negro. Simples assim, mas faz da história uma coisa absurdamente comovente e realista.
#7 O Tempo e o Vento (O Continente, volumes 1 e 2) (Érico Veríssimo)
Acompanhar Ana Terra saindo da estância de seu pai, ver Pedro Terra chegando em Santa Fé, Bibiana crescendo e se apaixonado pelo personagem masculino mais encantador que já esbarrei, o Capitão Rodrigo, ver a família se transformando em Terra-Cambará e a constituição do Rio Grande do Sul simbolizada por esse clã, foi uma das experiências literárias mais fantásticas da minha vida. A continuação fica para 2016, sem falta. Mas é sempre bom lembrar que "noite de vento, noite de mortos".
#6 Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas? (Philip K. Dick)
Mais um da série: tinha largado, resolvi dar uma segunda chance e não me arrependi. Que livro fantástico. Ficção científica de primeira qualidade... Absolutamente nada a ver com o filme Blade Runner, a não ser os nomes dos personagens e o conceito central. Todo o resto é diferente e muito bem construído, muito bem amarrado. Tudo muito cru, sem muito vai e vem, e extremamente objetivo.
#5 1984 (George Orwell)
2015 foi o ano das distopias, li todas as clássicas. Minha segunda preferida acabou sendo o clássico 1984. Porque ele é simplesmente real. Tudo que está lá, está aqui. E eu não tenho nada mais a dizer, a não ser que em uma passagem muito breve o tordo é citado, e eu imagino que Suzanne Collins tenha escolhido o símbolo de Jogos Vorazes ali.
#4 Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)
Como eu ia dizendo: distopias. Acho que esse livro conseguiu superar todas as minhas expectativas em relação ao mundo e a forma como nós o vemos. Nós estamos completamente presos o tempo inteiro, por uma série de coisas. Condicionados a acreditar que somos aquilo que dizem que somos... O que for mais interessante para uma espécie de poder (que chamo de capitalismo). Causa aquele desconforto existencial que as pessoas que pensam devem estar acostumadas.
#3 Morte Súbita (J.K. Rowling)
Preciso confessar: queria colocar esse livro em #1 só porque é J.K. Rowling, mas resolvi ser honesto. A maioria das pessoas que conheço não gostaram desse livro, provavelmente porque ele incomoda. É um romance político no melhor estilo inglês. Não tem Hogwarts pra deixar as coisas mais tranquilas e dar aquele ar de proteção. É muito realista e mostra muito bem quem são as pessoas que se fodem na vida: os pobres. A classe média é nojenta: essa é a mensagem principal dessa história. Palmas para dona Joanne.
#2 O Prisioneiro do Céu (Carlos Ruiz Zafón)
Parte da série de livros do Cemitério dos Livros Esquecidos, a história está no mesmo universo de A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo e, apesar de menor, não fica para trás. Voltamos à vida de Daniel Sempere e Fermín Romero de Torres. O livro é espetacular como tudo o que Zafón escreve. Perdi o fôlego algumas vezes e acabei relendo os livros anteriores, o que me deixou com uma vontade imensa para o quarto e último que ainda não tem nem título e nem data definida. Estamos no aguardo, titio Zafón.
#1 Capitães da Areia (Jorge Amado)
Eu sei, não é um livro lá muito recente. Me julguem: eu li só esse ano e foi o primeiro que li no ano. Nenhum outro conseguiu superar as emoções que Jorge Amado causou em mim. Eu tenho meus motivos para amar esse livro e para colocá-lo dentre os meus preferidos da vida: a realidade dos meninos do Trapiche eu conheço bem. Acompanho de perto todos os dias, e isso me toca mais que qualquer outra coisa. É por esses meninos que na minha cabeça eu apelidei de Capitães do Asfalto, que eu continuo dentro da sala de aula apesar de todos os pesares. Eu conheço vários Pedro Bala, eles existem, são reais e passam pelos mesmos dramas, mas contextualizados, o que os torna ainda piores do que os do livro. Talvez eu nunca tenha encontrado um capítulo tão lindo quanto o do Carrossel. Talvez eu nunca tenha pagado um mico tão grande chorando no ônibus lendo isso. Talvez, só talvez.
Menções honrosas:
Laranja Mecânica (Anthony Burgess);
Fahrenheit 451 (Ray Bradburry);
A Paixão segundo G.H (Clarice Lispector);
Assim falou Zaratustra (Friederich Nietzsche);
Mal Entendido em Moscou (Simone de Beauvoir).
"[Sócrates] - Ah, como desejaria ver-te preservar! Tenho, porém, um grande medo. Não que desconfie de tua natureza, mas, constatando a potência de nossa cidade, temo que ela nos vença, tanto a ti quanto a mim" (Platão, Alcíbiades, 135e)
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Digressão na Liberdade
Fico ouvindo
músicas em um loop quase eterno, sem
vontade de outra coisa, sem vontade de fazer qualquer outra coisa senão o que
amo mais que tudo. E estar em sala me deixa mais feliz que qualquer outra
coisa. Sou uma grande exceção entre milhares de regras. O carinho enorme que
recebo em troca de simplesmente estar ali, por simplesmente deixar pensar. E
pensar muda, pensar tem força e que força! Uma força enorme que quase não pode
ser medida, medida em sonhos de adolescentes que são sempre esquecidos por
todos. Esses jovens que querem tudo agora e não podem ter metade das coisas que
gostariam. E tudo se faz para que não tenham, para que jamais saiam de onde
estão, querem cabeça baixa e uma humildade quase servil deles, porque são
pobres, são negros. Ouvir alguém dizer “você ajudou muita gente aqui”, eles
gostam tão verdadeiramente de mim que querem que eu seja livre dizem que “minha
liberdade vai cantar”, quero que cante a liberdade deles. O mundo virou as
costas para eles, esquecem que eles são importantes, importantes de mais. Quero
que sejam, sobretudo, passarinhos que voam, voam. Mas quando é hora de voltar,
voltam. Quero que sejam seres pensantes... E na medida dessa liberdade que eles
buscam, que sejam felizes, tão felizes quanto puderem ser. E neles existe luz,
muita luz cheia de fragmentos coloridos que procuram encontrar a unidade dessas
cores todas, seja no preto, seja no branco. São jogo de cores, são jogo de
histórias, são jogo de sentimentos. Fortes e resistentes, centenas de filhos
que são meus filhos emprestados por algum tempo. E cuido com o coração e deixo
que se transformem em seres humanos melhores. É difícil deixar ir embora, mas
eles vão. Eu também vou. Vamos voar, vamos encontrar abrigo na saudade e na
memória um do outro.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Digressão no Tempo
Já faz quanto
tempo? Tempo demais. Tempo, tempo. Essa coisa estranha que não volta, não dá para
viver sem. Ele fica no passado, presente e futuro e todos nós, minúsculos,
ficamos a sua mercê. Aos doze queremos ter dezoito e o tempo nunca passa, mas
quando chegam os dezoito, ele não para. Simplesmente continua fluindo. Nosso
corpo sente o fluir do tempo, ele vai ficando cansado, mais fraco, ainda que
esteja forte, não é o mesmo. O tempo cinza me faz nostálgico, a semana pesada
me faz saudoso. Saudoso de tantas coisas que sei que não voltam mais, ficam na
memória para sempre.
Lembro dos dias
cinzas de quinze anos atrás, quando eu era uma criança e ainda não tinha muita
noção do que era o mundo. Lembro de ficar enrolado nas cobertas vendo desenhos
na televisão, lembro do meu pai fazendo chocolate quente para mim sempre que
começava Batman. Lembro do cheiro, do
gosto e da textura. Lembro de ficar empolgado com a minha vida, minha vida que
já tinha começado e estava numa das melhores partes. Mas a gente nunca sabe
quando é a melhor parte. Ela fica acontecendo meio escondida, meio sem dizer
nada e quando vai embora, deixa como um buraco no peito que não é preenchido
mais.
As pessoas que
foram como cometas em nossas vidas e aquelas que são estrelas e não cessam
jamais de brilhar no nosso céu. Brilham como se fossem eternas e depois que vão
embora, continuam ali brilhando, não se apagam até nós mesmos nos apagarmos. E
nós, quando nos apagamos ainda brilhamos para outras pessoas e assim fica de
nós um eco, um eco bonito de som brilhante. Quase como o riso de uma criança. E
as crianças guardam no sonho as histórias que contamos, guardam na mente o
exemplo que nos tornamos. Guardam no coração os abraços que lhes damos. Ficamos
lá: muito bonitos.
Os corações
quebrados se emendam, ficam rachados até alguém chegar e massageá-los e as
rachaduras somem, viram tatuagens que ficam ali nos lembrando do que fomos, mas
sem nos impedir de seguir em frente e de amar outra vez. Ficam lá, tão bonitas
e inesquecíveis que queremos sempre exibir. As mesas viram, o jogo vira e nós
continuamos. Como numa visão do futuro, galopamos por campos muito verdes com
riachos que não param, sentimos o vento frio cortando o rosto de um jeito
gostoso e o cheiro das flores enquanto corremos, corremos e nos tornamos, nós
mesmos, o próprio vento.
Lembramos que
as pessoas não são só aquelas que pensam e se parecem conosco, porque seguimos
pegadas de um estranho e descobrimos coisas que nunca soubemos antes. Coisas
novas e incríveis e muito bonitas, muito importantes. Descobrimos coisas
únicas, pequenas diferenças que fazem das pessoas partes de um quebra-cabeças
muito instigante de se montar, empenhamos um longo tempo decifrando esse
quebra-cabeça e nunca chegamos a nos arrepender. E é impossível compreender,
porque todos estão num movimento constante, numa evolução que não para.
Mas já faz
quanto tempo mesmo? Tempo demais.
domingo, 20 de setembro de 2015
"O Tempo e o Vento - O Continente, vol. 1"
"Noite de vento, noite de mortos..."
Quando pequeno, por volta dos dez ou onze anos, minha época
preferida da História do Brasil era uma que pouco nos era ensinada nas escolas
de São Paulo, tratava-se da maior Guerra em território brasileiro: a Guerra dos
Farrapos. Não sabia muito bem os motivos de gostar de ouvir falar naquilo,
talvez fosse a Indústria Cultural tomando conta de mim quando era transmitida
pela primeira vez A Casa das Sete
Mulheres. Cresci e outras coisas tornaram-se mais importantes de serem
estudadas, veio a Filosofia e sua abstração, veio o marxismo dando-me socos no
estômago. Saí do arroz e feijão que Harry
Potter representava para mim e alcei voos mais altos nos campos da Literatura.
Foi só recentemente que o peso na consciência de conhecer
alguns clássicos da Literatura Britânica ou Americana sem conhecer alguns dos
nossos mais importantes, tomou conta de mim e resolvi, aos poucos, resolver
esse problema. Eis que se apresenta a mim um projeto: o Lendo o Tempo e o Vento
do canal da querida Tatiana Feltrin no YouTube. Sete volumes de uma trilogia
escrita por Erico Veríssimo sobre a formação do Sul do país. Me perguntei: por
que não? A pergunta foi retórica, eu sabia a resposta: porque eu tenho vinte
aulas por semana, porque estou começando um Mestrado, porque preciso ter uma
vida. Mas sou teimoso o bastante para ir em frente com esses desafios, foi o
que fiz. Em pouco mais de uma semana, devorei o primeiro volume de O Tempo e o Vento, chamado de O Continente, volume 1.
Cléo Pires como Ana Terra na adaptação cinematográfica de 2013.
Nesse primeiro tomo, Veríssimo nos apresenta às origens do
clã Terra-Cambará. Vemos crescer o mestiço de índio e castelhano Pedro
Missioneiro, vemos sua chegada à estância de Maneco Terra, onde Pedro, ferido,
é acolhido pela família de estancieiros. A filha, Ana Terra, logo se apaixona
pelo índio. O amor é recíproco e gera um filho, uma desonra, e uma morte. Aqui
o que me chamou a atenção foi a representação dos costumes e da moral da época –
que infelizmente ainda está presente nos dias de hoje. O velho Maneco Terra
perde a cabeça ao ver sua única filha desonrada, manda que seus dois filhos
matem Pedro. Diante disso, Ana Terra suporta a amargura do pai, tem o filho a
quem chama de Pedro. Vê a mãe morrer, vê a estância destruída, o pai e o irmão
sendo mortos, passa por um estupro coletivo e ainda tem condições de
levantar-se, criar o filho, sumir dali e recomeçar sua vida. Meu amor pela
personagem foi quase que imediato. Um amor meio agridoce, mas um amor. Ana
muda-se para um recém fundado povoado chamado Santa Fé sob o domínio do Coronel
Ricardo Amaral, e ali vê sua família se desdobrar. Pedro se casa e tem mais
dois filhos: Juvenal e Bibiana. Ana Terra se transforma na parteira do povoado
e tem uma vida feliz, apesar de ver seu filho ir para a guerra por duas vezes,
mas sempre voltar vivo.
Marjorie Estiano como Bibiana na adaptação cinematográfica de 2013.
Bibiana cresce à sombra de sua avó, aprende com ela
diversas coisas, mas principalmente que a sina das mulheres é de esperar,
esperar, esperar. Sempre esperando pelo marido, pelo filho. Esperando por algo
que volta, mas que parece não ser o bastante. Ana morre já anciã. Bibiana é sua
continuação (duas vezes Ana), cresce e torna-se uma bela mulher. Até que um dia,
no pacato e pacífico povoado de Santa Fé, o Vento traz um certo Capitão Rodrigo
Cambará. E aqui, senhoras e senhores, é que a história começa de verdade.
Rodrigo é o típico homem do início do século XIX, sim, tem
um discurso machista, é um mulherengo de marca maior, mas é aquilo que todo ser
humano gostaria de ser: um espírito livre. E por ser esse espírito livre, não é
hipócrita. Peço licença para expressar minha mais humilde opinião sobre o personagem:
ele é o melhor personagem masculino que já esbarrei por aí. Meu amor por Ana
Terra foi agridoce, mas meu amor instantâneo pelo querido Capitão Rodrigo foi
simplesmente doce.
Como disse, há discursos extremamente machistas que saem da
boca do Capitão, vocês podem alegar minha hipocrisia. Não, de forma alguma.
Entende-se o contexto, o rapaz não estava assim tão livre dos discursos sociais
impostos. A virilidade e a masculinidade são até hoje elementos essenciais da
construção da sociedade, como não seria em meados do século XIX? Considerado
isso, não peço desculpas por amar Rodrigo. Logo em sua primeira fala ele já
conquista o leitor, porque é despojado e espontâneo, tem aquele tipo de sorriso
que simplesmente te derruba (tanto que foi interpretado por Tracísio Meira e
Thiago Lacerda em suas adaptações). Claro, nosso bonvivan apaixona-se à primeira vista por Bibiana quando a encontra
no cemitério, no dia de Finados quando está levando flores ao túmulo de sua avó.
Nada nessa cena parece por acaso. Depois de algumas idas e vindas, de um duelo
aqui e outro ali, um pulmão perfurado, os dois acabam por casar-se. Bibiana tem
três filhos: Bolívar (exatamente isso que você leu), Anita e Leonor.

Thiago Lacerda como Capitão Rodrigo na adaptação cinematográfica de 2013.
Em certo momento, eclode a Revolução Farroupilha e nosso
querido Capitão parte para se unir às forças de Bento Gonçalves que quer
separar o Rio Grande do Brasil e declara a Independência Rio-grandensse. E
Bibiana espera... Espera, espera. Tal como sua vó. Ela espera. Não reclama, não
diz, apenas espera. Mas é forte, muito forte. Duas vezes mais forte que Ana
Terra, e é a outra personagem pela qual me apaixonei, mas com ela, o amor vai
se desenvolvendo ao passar das palavras.
Em suma, o primeiro volume de O Tempo e o Vento é um início digno de uma obra completa, se tudo
acabasse por ali, eu não teria problemas com isso. O clássico estava feito,
estava tudo pronto. Mas vamos seguir... descobrir o que acontece no Sobrado que
visitamos paralelamente às vidas de Ana Terra e sua família, onde Bibiana já
muito velha espera mais uma guerra terminar em 1895, a guerra que levou à
consolidação da República no Brasil. Espero que a cada volume possa escrever
algo sobre. Não me coloquei nenhum limite para ler esses livros, mas estou
sempre um livro atrasado em relação ao TinyLittle Things. Mas, vamos que vamos! Aproveitar essa falta de vento e esse
calor que está perdido aqui por São Paulo em meio ao inverno para sentir o
Vento de outros lugares e esperar o Tempo passar.
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